Para colocar um fim nos selvagens tempos de flash em pó, tiras e folhas de magnésio, alguém teve a brilhante ideia de colocar uma fina malha de magnésio dentro de um bulbo de vidro e promover a sua ignição eletricamente. Isso evita a fumaça e o manuseio de produtos químicos. Mas a quantidade de calor liberada é ainda muito alta e isso não tem remédio. Por segurança, essas lâmpadas são recobertas por uma camada plástica que evita o seu estilhaçamento. Evidentemente gasta-se uma lâmpada por disparo e torna-se parte do jogo conseguir trocar rapidamente uma usada por outra nova sem queimar a ponta dos dedos.
Ainda hoje flashbulbs são produzidos para uso profissional mas eles são relativamente caros. A vantagem é a quantidade de luz que emitem em comparação com o pouco peso e volume que ocupam. Difícil de acompanhar essa eficiência com flashs eletrônicos em situações onde, por exemplo, não se dispõe de energia elétrica ou onde não se possa entrar com equipamentos mais pesados. Cavernas e fotografia de natureza são alguns exemplos. Uma dúzia de flashbulbs pesam menos que um flash eletrônico comum e podem iluminar um teatro inteiro.
Quando alguém usa flash eletrônico não há necessidade de se preocupar com o momento do disparo em relação à velocidade do obturador desde que ele esteja totalmente aberto. Cada câmera tem a sua velocidade máxima de sincronismo. É assim pois a maioria das câmeras são feitas para esse tipo de flash. Para sincronizar o obturador com flashbulbs é preciso pensar um pouco pois existem duas opções. Abaixo está uma página do livro Photo Technique de H.J.Walls – Focal Press 1954, onde isso é explicado em detalhes.
Basicamente o pico de luz do flash eletrônico é muito rápido enquanto que o flashbulb segue uma ignição mais lenta. O pico acontece 0,015s depois de fechado o circuito. Dessa forma o eletrônico sincroniza-se simplesmente abrindo junto com o obturador. Já o flashbulb permite dois tipos de sincronização. Utiliza-se a sincronização X quando a velocidade do obturador for 1/25 s ou menor (tempo maior). Pois assim aproveita-se todo o ciclo de ignição do magnésio (terceira figura abaixo). Ou utiliza-se uma sincronização M para velocidades mais rápidas como 1/100 s. Neste caso a câmera espera um pouco para que o pico de luz se desenvolva e o obturador abra bem no momento em que a luz está no seu máximo. Isso era importante para fotos de ação, esportes por exemplo, utilizando-se flashbulbs.
A terceira figura na página abaixo mostra como o obturador se abre antes da hora se usarmos sincronização X com flashbulbs e velocidade rápida, e como perdemos o pico se usarmos sincronização M com flashes eletrônicos.
Os flashes e câmeras atuais permitem sincronização em outros modos. O fotógrafo pode escolher se a luz dispara quando abre a primeira cortina do obturador ou logo antes da segunda começar a fechar. Isso permite misturar luz ambiente com flash em modos que podem ficar muito interessantes. Os flashes eletrônicos atuais também permitem se produzir um clarão mais longo se assim for preciso.
Abaixo estão algumas tabelas de exposição que mostram a potência dos flashbulbs. Com um clássico GE nº 5, velocidade de 1/25, f4 e um filme de 400 ASA, é possível se fotografar um assunto a 50 metros da câmera. Isso é apenas uma referência pois nessa distância já começa a depender muito do refletor. Ele pode enviar a luz de modo não uniforme ou mesmo para onde a lente não está apontando. Mas dá uma ideia de quanta luz estamos falando.
Você pode encontrar mais informações e flashbulbs à venda em Cress Photo . Também há uma empresa chamada Meggaflash que ainda produz flashbulbs para uso profissional. Mesmo que você não pense em comprar, é interessante ver algumas fotos impressionantes realizadas com essa tecnologia e entender em que tipo de aplicação ela ainda é competitiva.
Duas fotos feitas com uma Graflex Crown Graphic 4×5 usando bulb General Electric #5
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