
Stand da Leitz, na feira de Leipzig em 1925, quando apresentaram a Leica
Muita gente se pergunta o que foi que motivou o sucesso tão imediato da Leica. Seu lançamento na feira de Leipzig em 1925 surpreendeu a todos, até mesmo os executivos da própria Leitz. Acredito que um bom ponto de partida, para se entender o que afinal a pequena câmera trouxe, é examinarmos o que havia de disponível no mercado. O que é que fotógrafos profissionais e amadores, dedicados ou os mais preguiçosos, encontravam no mercado de câmeras naquela época?
A década de 1920 até facilita um estudo rápido porém abrangente, pois foi uma época de forte consolidação do mercado. Não é preciso muito mais do que se olhar para a gigante Zeiss Ikon para se ter um retrato muito completo do que alguém poderia encontrar em lojas especializadas ou nos grande magazines.
A Zeiss Ikon, alemã, em sua última onda de consolidação foi o resultado da fusão de quatro empresas já de grande porte e muito tradicionais na indústria óptica, de câmeras e acessórios para fotografia. Foram elas: Ica e Ernemann, de Dresden, Goerz de Berlin e Contessa-Nettel de Stuttgart. Importante notar que a Zeiss Ikon, fabricante de câmeras, foi uma empresa distinta da Carl Zeiss fabricante de lentes e instrumentos ópticos. Havia uma relação de participações acionárias mas a Zeiss Ikon encerrou sua produção em 1972 enquanto que a Carl Zeiss existe até hoje.
Para fazer este resumo do portfolio da indústria fotográfica na década de 1920 vou usar um catálogo da Zeiss Ikon de 1928 para o mercado francês, cuja capa reproduzo abaixo.

Capa do catálogo de 1928 da Zeiss Ikon
Ele está disponível neste link. O objetivo é obviamente se fazer um inventário de “categorias” de câmeras e não de aparelhos específicos. Através das categorias, assim como foram organizadas pela própria Zeiss Ikon, podemos ter uma ideia do tipo de fotografia ou de fotógrafo que era atendido naquela época. Vou seguir a própria sequência do catálogo pois acredito que isso diz muito sobre uma certa hierarquia da oferta.
1- Obturadores
De início, são introduzidos 4 modelos de obturadores em ordem crescente de recursos, ou seja, precisão e ajustes de tempos disponíveis. No mais simples, Derval, 1/25 até 1/100. Ele não tem mecanismo de retardo e apenas uma mola determina as velocidades de exposição. O mais sofisticado é o Compur. Ele possui um mecanismo de escape, presente nos relógios, que permite resistir à força da mola principal e assim atrasa o fechamento do obturador e oferece tempos até 1s.
Esses obturadores, em diversos tamanhos, conforme a abertura (tamanho) da lente, equipavam as câmeras da Zeiss Ikon apresentadas a seguir no catálogo.
2- Ópticas
Aqui são as várias lentes que equipavam as câmeras. A mais simples, a Frontar, é apenas um menisco, e é como se fosse uma lente de óculos de leitura. Um lado côncavo e outro convexo. A mais sofisticada é a Double Protar que tem um conceito com 8 elementos em 2 grupos. Muito difícil se centrar e colar 4 elementos em um só grupo. É uma lente perfeitamente utilizável nos dias de hoje. Veja mais sobre a Protar neste link.
3- Câmeras tipo caixa
Muito comum se usar o nome em inglês: box camera. São câmeras muito simples e que tiram proveito do filme em rolo permitindo várias fotos sem precisar recarregar. A marca ícone nesse segmento é a Kodak e talvez a box câmera mais famosa seja a sua Brownie nº2, para a qual a empresa lançou o filme no formato 120, o qual existe até hoje.
A Box Tengor, acima, teve várias versões e foi um sucesso. A forma de enquadrar não permite muita pretensão estética por parte do fotógrafo. São duas janelas bem pequenas. Uma para retrato e outra para paisagem. Difícil de se avaliar o que está nas bordas. A melhor estratégia é colocar o assunto sempre no centro.
No catálogo da Zeiss Ikon são apresentados 3 modelos desse tipo. Acima está a Erni com um visor de arame, também conhecido como visor esportivo. O nome sem dúvida indica que foi um modelo trazido para a Zeiss Ikon pela Ernemann. Pela aba no lado esquerdo atrás, pode-se notar que a Erni era para placas de vidro ou film pack.
Sobre a categoria:
Aqui estamos falando realmente de câmeras de entrada. As propagandas citam várias vezes crianças e foi nessa linha que George Eastman lançou suas Brownies, nome de claro apelo infantil. Este tipo de câmera trouxe para a fotografia um novo e numeroso público. Foi quando a indústria fotográfica passou a oferecer serviços de revelação e impressão. De uma só vez, o fotógrafo deixou o tripé, o pano preto e ainda o laboratório. O preço a pagar foi a perda da variedade de situações fotografáveis e a qualidade das imagens. São câmeras para quem já está feliz se puder reconhecer quem saiu na foto. São para quem busca diversão fazendo fotos externas em dias claros.
4- Câmeras para filmes
Embora as box cameras, a maioria delas, fossem também para filmes (em vez de vidros) o catálogo cria essa categoria (appareils à pellicules). Nela encontramos nada menos que 20 modelos que são todos para filme em rolo e todos com fole. São basicamente variações de ópticas, formatos e obturadores que acrescentam gradativamente a flexibilidade perdida com as box cameras.
Esta é uma Ikonette Nº 504/12. que faz o formato, miniatura para a época, de 4,5 x 6 cm. Veja que a objetiva é muito simples, um menisco com abertura f/9, e o obturador também. Sobre as box cameras ela só apresenta a vantagem de ser dobrável e pode assim acomodar-se melhor em um bolso ou bolsa. Esse é o conceito Vest Pocket, expressão muito usada pela Kodak, e que quer dizer literalmente “bolso do casaco”.
Um outro sistema para a extensão do fole é este arranjo pantográfico. Esta é uma Piccolette de Luxe f/6.8, que já apresenta uma lente bem corrigida, uma anastigmat, e faz também 4,5 x 6 cm.
Nessa categoria vemos até câmeras bem sofisticadas como a Nixe, acima. Ela podia ser comprada com lente Tessar ou até Double Protar e todas com obturador Compur. É uma câmera híbrida pois aceita tanto o filme em rolo como placas de vidro trocando-se um fundo deslizante na parte traseira. O formato vai até 8 x 14 cm e existia à época filme em rolo para esse tamanho. Finalmente, ela possibilita alguns movimentos da lente para correção de perspectiva ou foco, desde que se use o filme em chapas, ou placas e o vidro despolido para enquadrar e focar.
Sobre a categoria:
Nessa categoria de câmeras de fole e para filmes em rolo podemos encontrar desde algo tão básico como uma box câmera de pequeno ou médio formato, até câmeras bem sofisticadas com as melhores lentes e obturadores. O denominador comum é a maneira de portar a câmera. Elas são feitas para fotografia na mão, mas o foco é feito por estimativa da distância e ajuste no trilho da lente ou na própria lente para as mais simples. O obturador é armado e o filme avançado em operações independentes. Isso acarreta uma lentidão que ainda induz à foto posada. O brilliant finder, que inverte direita/esquerda, leva a composições centradas e ortogonais. Normalmente há até um nível de bolha que corrobora essa “maneira correta” de se fotografar. São câmeras que respondiam ao apelo da foto instantânea mas quando adicionavam melhorias nas lentes, obturadores ou dispositivos de foco, adotavam os sistemas das câmeras antigas e de grande formato.
5- Câmeras para placas
O catálogo divide essa categoria em três: extensão simples, dupla ou tripla. Todas as câmeras são do tipo drop bed, isto é, a frente da câmera tomba como uma ponte levadiça e a lente avança sobre um trilho. Com um trilho só é extensão simples, com um ou dois trilhos sobrepostos, dupla ou tripla. São câmeras muito sofisticadas e basicamente aperfeiçoamentos das view cameras de madeira do século XIX. A novidade é que ofereciam formatos menores começando geralmente em 6,5 x 9 cm.
O sistema de enquadramento é por vidro despolido, pois elas possuem normalmente movimentos para a lente. Mas a maioria delas oferece também o brilliant finder e o visor esportivo.
Uma representante top de linha dessa categoria é a Ideal (acima). É uma dupla extensão, pode-se ver um segundo trilho avançando sobre um primeiro na ilustração acima. Além da possibilidade de fotografias macro, toda essa variação da distância lente/placa muitas vezes permitia também a troca de lentes. A Ideal era oferecida em 4 formatos: 6,5 x 9 cm, 9 x 12 cm, 10 x 15 cm e 13 x 18cm.
Estas câmeras, alguma delas, até permitiram fotografia sem tripé. Mas todos os recursos que elas ofereciam acabavam tornando-as pesadas e então, para quem queria fazer fotos na mão, não eram a melhor opção.
Esta acima, por exemplo, é uma Bijou Universel 13x18cm que era vendida com lentes de primeira linha que cobriam além do formato de placa e permitiam todos esses movimentos. Elas eram uma otimização, com novos materiais e tecnologias, das antigas câmeras de estúdio ou de viagem do século XIX.
Sobre a categoria:
Aqui já entramos em algo para o profissional ou amador muito avançado e nos dois casos ligados a um tipo de fotografia muito estática. Toda a operação dessas câmeras é muito lenta e para se tirar vantagem de todos os seus recursos é preciso abraçar essa lentidão como parte do processo.
6- Câmeras com obturador à cortina
Com o desenvolvimento das emulsões à base de gelatina e o desejo de se congelar a ação, foram lançados os obturadores de cortina. Em vez de se abrir totalmente a lente, uma ou duas cortinas fazem uma fresta, que pode ser muito pequena, correr rente ao filme a produzir assim velocidades de 1/500 ou até 1/1000 de segundo para a exposição. Um efeito colateral importante é que são obturadores independentes da lente e permitem que esta seja trocada à vontade, basta que sua distância focal seja compatível com o corpo da câmera.
Estas câmeras se caracterizam pelos botões no lado direito da caixa. Eles servem para armar o obturador e regular a tensão da mola e assim o tempo de exposição. Acima está a famosíssima Ermanox com uma lente Ernostar f/1,8, muito luminosa para a época e mesmo para os dias atuais. Era oferecida nos formato 4,5 x 6 cm e 6,5 x 9 cm. A focalização se faz por estimativa da distância e atuando-se sobre um helicóide na lente. Note o visor óptico direto, para enquadramento, no topo da câmera.
Esta é a Nettel Tropical, oferecida de 6,5 x 9 cm até 13 x 18 cm. O foco é feito atuando-se no botão mais alto na lateral direita da câmera. Mas ainda é por estimativa da distância. A lente avança ou recua através da armação pantográfica.
Sobre a categoria:
Uma Ermanox já permite fotografias com o visor no nível dos olhos e isso é muito importante pois equipara o ato de fotografar ao ato de olhar. Permite ainda se fotografar em condições de pouca luz, graças à sua objetiva muito luminosa. Mas ainda é uma câmera para placas e de operação lenta. Existiam adaptadores para filme em rolo, mas mesmo assim cada foto implicava em se avançar o filme (ou trocar o chassis), estimar velocidade e abertura para depois armar o obturador e ajustar a iris, estimar a distância, ajustar o foco e finalmente disparar. Apesar do visor óptico elas normalmente ainda traziam o vidro despolido pois ele era algo como sinônimo de fotografia séria.
7- Câmeras com espelhos
O conceito já existia desde, pelo menos, o início do século XX. Muito famosa foram as Graflex monoreflex de grande formato. Esta é uma Ermanox Reflex oferecida em 4,5 x 6 cm e 6,5 x 9 cm para placas. Em vez do vidro despolido ocupando o lugar do filme, um espelho a 45º joga a imagem para um despolido no topo da câmera.

Graflex monoreflex oferecida dem 4×5″ ou até 5×7″
O enquadramento e o foco podem ser feitos em tempo real e ao acionar o disparador o espelho sai da frente da lente e esta pode projetar sua imagem no plano do filme. Nesse instante é acionado o obturador de plano focal. Esta categoria associa controle de foco com instantaneidade: um sonho para retratistas.
A engenharia complicou-se bastante para esse tipo de câmera. Acima uma Artiste Pliant, oferecida em 6,5 x 9 cm, 9 x 12 cm e 10 x 15 cm. O espelho em ângulo reduziu em muito a capacidade da câmera de encolher quando fechada. Soluções acrobáticas como a dessa Artiste geralmente encareciam e eram sujeitas a falhas. Mas o conceito de obturador de plano focal com espelho para foco e enquadramento em tempo real valiam o esforço.
Sobre a categoria:
Estas câmeras não foram de modo algum uma unanimidade. Eram caras e complicadas. Comparadas com o que se seguiu, se as considerarmos as avós das monoreflex que invadiram a fotografia a partir dos anos 1960, podemos dizer que estavam no caminho certo mas a execução precisava ainda de muitos aperfeiçoamentos. O fato é que essas precursoras ainda eram pesadas, usavam placas e não correspondiam nem ao gesto icônico do profissional com tripé e pano preto e nem do amador com suas box cameras.
Câmeras para stereoscopia
Apenas para citar, foi muito popular a fotografia em três dimensões usando algum tipo de aparato stereo. Tanto na captação como na visualização das imagens. Quem já viu, sabe que é um efeito extremamente sedutor. Acho que o que surpreende é o contraste entre a sua simplicidade e sua capacidade ilusionística. As câmeras eram basicamente construídas de modo a tirar duas fotos simultâneas com lentes separadas pela mesma distância média que separam os olhos nos seres humanos.
Esta é uma Stereo Nettel no formato 10×15 que permite também fotos panorâmicas. Apenas nesse catálogo da Zeiss Ikon, 10 diferentes câmeras stereo são apresentadas. Mesmo entre as câmeras não stereo, era comum que até os anos 1960, fabricantes oferecessem acessórios para dividir a imagem e gerar assim stereoscopias. A Leitz lançou o seu Stereolyte para a Leica em 1930.
8- Câmeras para filme de cinema
Surpresa no final do catálogo! Câmeras que usavam filme de cinema para até 24 poses, com quadro no formato 22 x 33 mm, para ampliações de até 10 x 15 cm.
Três modelo oferecidos, Unette (acima), uma box camera bem simples.
Mas também a muito mais sofisticada Bobette II que podia vir até com uma lente Ermanox f/2 com focal de 42 mm.
O filme utilizado era de cinema, porém, não perfurado ou seja, uma tira de 35mm de largura. Só podia então ser com um backing paper como em todos os filmes em rolo e não perfurados.
Sobre a categoria:
Nem sei se vale a pena separar estas câmeras como uma “categoria”. Elas foram trazidas da Ermanox e continuaram em produção após a fusão que formou a Zeiss Ikon. Como conceito, são velhas conhecidas, uma box e uma folding, ou de dobradura, mas o interessante é que, talvez em resposta ao sucesso da Leica em seu lançamento de 1925, a Zeiss Ikon tenha achado conveniente chamar a atenção para o fato de que também tinham câmeras para uso com filme de cinema, como foi a ideia de partida da Leica.
Então… era isso.
Assim termina o catálogo no que diz respeito às câmeras. São mostradas ainda 3 para cinema, filmes, acessórios. Mas, grosso modo, com estes tipos de câmera é que o fotógrafo dos anos 1920 tinha que se decidir sobre qual tipo comprar para o gênero de fotografia que queria fazer.
É claro que existiam muitos outros fabricantes além da Zeiss Ikon, mas ofereciam praticamente os mesmos tipos de câmeras. Veja por exemplo, do outro lado do Atlântico, este catálogo de 1928 da Kodak. Excetuando-se alguns nichos e experimentações de fabricantes menores, o grosso do mercado resume-se a essas opções que vimos até aqui. Somando-se os diferentes modelos, sem multiplicá-los pelos formatos, cobrimos aqui 80 aparelhos diferentes! Sendo 10 para stereoscopia e 3 para cinema.
Em resumo, se olharmos para os tipos de câmeras x quantidade de modelos, temos o seguinte quadro:
Zeiss Ikon 1928 | modelos |
Obturadores metálicos (leaf shutters) | 4 |
Objetivas | 4 |
Câmeras tipo caixa | 3 |
Câmeras para filme em rolo | 20 |
Câmeras para placas extensão simples | 8 |
Câmeras para placas extensão dupla | 12 |
Câmeras para placas extensão tripla | 2 |
Câmeras com obturador a cortina (plano focal) | 5 |
Câmeras com espelho (reflex) | 6 |
Câmeras para stereoscopia | 10 |
Câmeras para filme de cinema (não perfurado) | 3 |
Câmeras para cinema | 3 |
80 |
Interessante notar a forte presença da fotografia em placas de vidro, que somam 22 modelos diferentes, a um tempo em que o filme flexível já tinha mais de 30 anos. Câmeras reflex e câmeras com obturador de plano focal, que como sabemos ainda teriam um grande futudo na fotografia, somavam apenas 6 e 5 modelos respectivamente e eram câmeras mais caras.
Quanto aos formatos temos as seguintes ocorrências:
Este gráfico foi feito contando-se quantas vezes um mesmo formato aparecia no catálogo. Não foram incluídas as câmeras para cinema e nem stereoscopia. Mas como várias câmeras eram comercializadas em diferentes formatos os 67 modelos deram origem a 102 câmeras diferentes. Temos então, por exemplo, 18 câmeras 9×12 cm e 17 câmeras em 6,5×9 cm. Estes são os formatos mais frequentes, seguidos pelas 4,5×6 cm.
Vemos que o lado direito do gráfico, onde estão as médio para grande formato, é mais populoso. Devia pesar para isso o fato de que nesses tamanhos uma cópia por contato já gerava uma imagem agradável de se ver e pronta para se colar em um álbum. Os formatos pequenos pediam ampliações e aí o fotógrafo já precisava dispor de um laboratório melhor equipado com um ampliador. Ou então teria que recorrer a um laboratório externo. Como sabemos, este foi o caminho que a indústria toda tomou. Outro fator seria talvez uma proporção, de profissionais e amadores mais dedicados, ainda significativo se comparado ao público em geral que certamente enviava seus filmes para processamento fora de casa.
Infelizmente não tenho números de vendas efetivas, mas é de se supor que as categorias x formatos onde um maior número de modelos era oferecido devia representar o grosso do mercado fotográfico.
Impressiona muito a extensa gama de câmeras que o conglomerado Zeiss Ikon colocava à disposição do público. Por mais que racionalizassem o compartilhamento de lentes, obturadores, talvez foles, o fato é que apenas em câmeras x lentes x formato x obturadores o fotógrafo podia escolher entre centenas de possibilidades. Mais impressionante ainda é pensar que, justamente nessa época, com toda essa oferta, ainda faltava uma categoria que estava destinada a ser uma revolução no mundo da fotografia. Foi para isso que veio a Leica.