– Olympus 35DC – Olympus – c.1970 –
Câmera muito especial da Olympus. Ela trabalha apenas em exposição automática com combinações de abertura e velocidade determinadas pela câmera. Há uma escala que você vê no visor, que vai de 1/15 com f1.7 (menor nível de luz) até 1/500 com f16 (maior nível de luz). Há uma trava para evitar sub-exposição. É possível travar a exposição em uma parte da cena pressionando o disparador até a metade, recompor a cena e terminar e pressionar até o fim para tomar a foto. Sim, é uma point&shoot com razoável sofisticação. Mas você nunca terá 1/500 com f1.7, por exemplo.
Para focar ela tem um telêmetro muito brilhante acoplado com o visor. Com uma lente Zuiko de f 1.7 de 6 elementos a qualidade da imagem é excelente. Por que uma lente tão boa em uma máquina sem exposição manual ou flexibilidade na automática? Relaxe, faça fotos com ela e você irá gostar do resultado. Abaixo, a escala como aparece no visor.
A sapata para flash tem uma particularidade também: você ajusta na câmera qual é o número guia de seu flash e, à medida que você foca, ela sabe a distância do seu assunto, e ajusta a abertura de acordo com a potência do seu flash. Veja na foto abaixo, o GN indica o número guia do flash (guide number no inglês)
A questão da bateria
O único ponto negativo é que ela foi desenhada para as antigas baterias de óxido de mercurio como as MR9, PX13 e PX625 entre muitos outras denominações da época. Elas tinham uma tensão de 1,35 V, mas deixaram de ser fabricadas há muito tempo por questões ambientais pois o mercúrio é muito tóxico.
Uma ideia de substituição que aparece frequentemente nos fóruns de fotografia é a de se usar baterias alcalinas de 1,5V. A LR9 (PX625A) tem exatamente o mesmo tamanho: diâmetro, 15.6 mm, altura 5.95 mm, e fisicamente fica perfeitamente acomodada no compartimento da câmera.
As pessoas pensam que de 1,35 para 1,5V a diferença na leitura da câmera pode ser compensada com uma simples calibração, por exemplo, ajustando-se um ISO na câmera de tal forma que a exposição fique correta se comparada a de um fotômetro conhecido e bem calibrado.
Mas o ponto não é esse. Tal procedimento pode até funcionar, mas a questão é que a grande vantagem das baterias de mercúrio não está no valor da tensão de 1,35V que elas proporcionam, mas antes na permanência dessa voltagem por toda vida útil da bateria. Esse já não é o caso das alcalinas. Uma bateria alcalina começa sua vida útil com 1,5V e com o uso essa tensão vai caindo constantemente até que fique imprestável para a aplicação a que se destina.
A estratégia de calibrar a câmera para 1,5V teria que ser aplicada cada vez que a tensão da alcalina cair a um novo patamar. Seria preciso calibrar constantemente e isso não é prático.
A solução definitiva é usar um adaptador que através de micro componentes eletrônicos consegue receber uma voltagem maior e sempre, automaticamente, entregar os 1,35 para os quais o fotômetro da câmera foi desenhado e calibrado.
Esses adaptadores são como pequenas panelas que recebem uma bateria de 1,55V no seu interior de forma que as dimensões externas sejam exatamente como as das baterias originais de mercúrio. Acima vemos o adaptador, uma bateria 386 e o compartimento da Contaflex Super BC. Eles são caros, mas resolvem o problema de uma vez por todas. Para ver as opções dê uma busca por MR-9 adapter.
Comprei o meu na Small Battery Company. Ele funciona com baterias de óxido de prata código 386, que são fáceis de achar. Na página sobre o MR-9 eles dão mais informações a respeito. Um ponto importante, por exemplo, é que o adaptador só funciona quando a corrente solicitada é muito baixa, algo como 200 micro ampéres. Isso não é grave pois obviamente os fabricantes de câmeras e fotômetros trataram de dimensionar seus aparelhos para utilizar o mínimo possível de corrente e prolongar assim a vida da bateria. As únicas exceções citadas no Small Battery Company são Canonet GIII 17 e 19. Eu utilizo com Olympus OM1n, Contaflex Super BC, Canon Pellix, Canon FT e nunca tive problemas.
Existe ainda uma bateria WeinCell MRB625, que também pode substituir as antigas PX625. Trata-se de uma bateria zinco/ar que foi desenhada para substituir as de óxido de mercurio. Mas ela já tem um valor mais elevado e não é tão fácil de achar. Creio que o adaptador ainda seja a solução ideal. Mais informações você encontra ainda no site Small Battery Company.
Ultrapassado esse problema da bateria, crucial na Olympus 35DC, que só funciona no automático, eu diria que para quem procura flexibilidade e não quer ter que ajustar tudo antes de tirar a foto, esta ainda é/era uma grande opção para uma segunda câmera, para aqueles momentos em que tudo que você quer é leveza, simplicidade e qualidade para fazer alguns instantâneos.
Algumas fotos feitas com ela.
Genial esta câmera , o Maranhão me indicou a comprar e fiquei contente e mais ainda agora , com os seus comentários sobre ela.
Só tome cuidado com o fotômetro e a bateria. Sem eles ela não faz nada. Mas é uma excelente câmera.