– Nikon F2 – Nippon Kogaku K. K. – produção de 1972 a 1980 –
Esta é uma segunda e muito melhorada geração da dinastia das Nikon F. É para muitos a mais clássica câmera monoreflex de todos os tempos. Construída para durar para sempre, ela tem 1700 peças; é 100% mecânica e portanto funciona sem baterias. Eu não sei se é fato ou fama, mas segurar uma Nikon F é uma experiência e tanto. A favor do aspecto fama, essa foi a câmera preferida de muitos fotógrafos profissionais nos anos 60 e 70. Foi bem nesse tempo que a fotografia estava para fazer um salto para um outro nível como uma atividade glamurosa, cheia de dinamismo, de juventude, como nunca o fora antes. Tudo muito incentivado pelo foto-jornalismo. A invasão das monoreflexes, em geral, trouxe uma combinação de técnica, arte, ativismo, descobertas e acessibilidade, e as Nikon F foram as pontas de lança nesse novo papel.
Muitos filmes, realizados ou capturando a atmosfera daqueles tempos, incluindo guerra, romance e existencialismos, encontravam uma perfeita adequação ao mostrar um fotógrafo segurando uma Nikon F, ou talvez um monte delas.
Acima temos Apocalypse Now (1979), de Francis Ford Coppola, um épico mergulhando no barbarismo da guerra do Vietnã. Nikon F foi a câmera da guerra do Vietnã por excelência (deixando a segunda e honrosa posição para as Leica M). Sua robustez e design vão tão bem com armamentos, radios, jeeps e uniformes que nessas situações ela parece até ter sido desenhada para o combate.
Longe desse tipo de violência, abaixo está Clint Eastwood (papel principal e diretor) com Meryl Streep, em The Bridges of Madison County (1995). Ele faz um fotógrafo da National Geographic’s que foi contratado para fazer um ensaio sobre as pontes. Lá fica conhecendo uma dona de casa que foi deixada sozinha por um final de semana enquanto seu marido e crianças foram para uma feira em outra cidade. Bem, eles entram em uma paixão avassaladora na qual, como nas tragédias, o pior desfecho é o inevitável: cada um terá que voltar para suas vidas e não se verão nunca mais. A história vem à tona quando as crianças, agora adultas, com a mãe falecida, descobrem muitos anos depois, em um velho baú, cartas e duas Nikon F.
A lista poderia ir longe, mas, vamos encurtá-la e comentar apenas mais um: Blow Up (1966), provavelmente o melhor filme de Michelangelo Antonioni, com David Hemmings no papel principal. Ele é um fotógrafo profissional que usa uma Hasselblad para seus trabalhos em moda, mas, quando vai atrás de algo mais do seu gosto, talento e expressão, sua companhia é uma Nikon F.
É mais comum encontra-la com um prisma que é fotômetro chamado Photomic. Considerando-se que hoje em dia é muito difícil encontrar um funcionando, e que a minha não foi uma exceção a essa regra, fiquei bem contente de achar um prisma sem fotometria. Penso que é melhor não ter a função dupla do que ter um aparato que só faz a metade. Abaixo está uma foto apenas para mostrar como que ele, o Photomic, fica no topo da câmera. Na foto está também uma segunda lente : 85mm f1.8, uma excelente óptica para retratos em 35 mm. A construção é de 6 elementos in 4 grupos e, sendo f1.8, produz uma imagem muito luminosa do visor para uma 85mm. Pelo número de série foi produzida em 1972.
Se você se interessa pela história, modelos, acessórios e informações sobre a longa, frutuosa e primorosa produção das Nikon F, visite a página: Nikon F Collection & Typology by Richard de Stoutz. Ela é fantástica. De acordo com informações publicadas nesse site, a minha Nikon que ilustra este post, com número de série F2 7934356, foi produzida entre março e junho 1979. Abaixo algumas outras vistas da câmera.
Algumas fotos