Iniciando na fotografia analógica

Se você anda pensando em comprar uma câmera analógica e talvez ainda adicionar algumas químicas na sua fotografia, mas acha difícil escolher o modelo e também desconfia que montar um laboratório é uma grande dificuldade em termos de tempo, trabalho, dinheiro… então este artigo é para você.

Qual é a vantagem do analógico?

Entre as câmeras que usam filmes, existem vários tipos, para todos os gostos e orçamentos. Marcas como Leica, Rollei, Linhof, Contax, Graflex, Minox ou as japonesas, muito associadas à explosão das monoreflex 35mm, tais como Nikon, Canon, Olympus ou Pentax, e ainda as suas antecessoras como Contaflex, Bessamatic, Retina Reflex, são as que formam o panteão da fotografia do século XX. São as top de linha de seus tempos e ainda custam algum dinheiro nos dias de hoje. Mas existem também as máquinas que são símbolos de sua época por terem, ao contrário, popularizado a fotografia, são elas a Kodak Nº 2, Box Tengor da Zeiss Ikon, Kodak Instamatic, Olympus Pen ou Olympus Trip

Então, veja que a primeira coisa que o analógico oferece é História. Cada câmera ou lente tem uma ancoragem em um passado e com ele se mistura. O gesto do fotógrafo ao tirar a foto é cheio de significados e quando você usa uma câmera antiga você, quase que ritualmente, reencena esses significados em um novo momento, novo contexto, você o atualiza como diriam os antropólogos. Você vira parte de uma tradição. Olhar por uma Rolleiflex, cobrir a cabeça em uma view camera, mirar por uma Nikon F, apontar a Kodak Nº 2, sem saber muito bem o que ela está enquadrando e disparar assim mesmo, espocar um Magicube de uma Kodak Instamatic na cara de seus amigos, ou, para não alongar demais, queimar um flash bulb GE nº 11 em uma Crown Graphic olhando por seu visor esportivo, tudo isso tem a ver com modos de vida, festas, família, relacionamentos, guerras, cenas roubadas, eventos históricos, intimidades e tudo que forma esse caldo que chamamos de cultura.

Indo para o lado das exigências: o analógico demanda uma certa disciplina. Ou a câmera não tem regulagens e você precisa selecionar a cena que ela consegue fotografar, ou ela é muito flexível, cheia de regulagens, e você precisa selecionar bem os seus ajustes para fotografar qualquer coisa. Ou seja, é preciso estudar e entender o básico para poder ter algum resultado com filmes.

Quando algumas pessoas me vêem na bagunça que é se preparar uma foto com uma máquina de grande formato, é comum que perguntem: a fotografia analógica é melhor, não é? Sinto que se disser “não”, irão achar que sou um idiota fazendo tudo aquilo para obter algo pior. Digo, sem muita convicção, que é diferente. É muito difícil se falar em qualidade melhor ou pior em algo tão subjetivo. Se satisfação for parâmetro de qualidade temos que começar desde o manuseio do objeto máquina fotográfica até a impressão da foto. Tecnicamente falando tendo a crer que o digital é muito melhor em praticamente todos os aspectos. Afetivamente falando, acho que o tradicional ganhou muito com a introdução das câmeras digitais e a fotografia analógica ficou boa como nunca fora antes.

Onde a tomada de fotografias para filmes torna-se realmente diferente é em algo que poderíamos chamar de “assinatura das lentes”. Não estou falando nada de espiritual ou ligado a uma suposta aura.  Esse é um aspecto que pode ser visto como puramente técnico, nem mesmo estético, da imagem como resultado final (com a consciência de que as duas coisas nunca se separam totalmente). Vejamos como: a câmera é, ao final das contas, apenas um provedor de escuridão para que o filme e a lente conversem. As lentes atuais, com superfícies a-esféricas, todas calculadas por computador, tratamento anti-reflexo maravilhoso permitindo um número enorme de elementos, todas desenhadas para corrigir ao máximo as distorções e aberrações, são, em grande parte, parecidas entre si. Se quiser ver diferenças é melhor olhar para os gráficos nos sites e revistas de comparação pois nas fotografias não irá perceber nada. São as lentes dos sonhos dos nossos antepassados e apresentam uma performance jamais vista. Mas nós somos muito finos em nossa percepção das imagens naquilo que sai do padrão. Pequenas alterações de contraste, de distorções, de aberrações, de foco, de falta de foco e de como é que o foco falta… tudo isso nós sentimos embora talvez não possamos verbalizar. Junte-se a isso a nossa bendita ou maldita obstinação a desprezar o que já temos e pronto: parece que falta alguma coisa às lentes perfeitas de hoje. A “assinatura” é em grande parte um eufemismo para as “falhas” das lentes, mas aprendemos a gostar dessas falhas, não por elas mesmas, mas por toda a experiência que carregam, desde o ato de fotografar até a ansiedade de compartilhar as imagens que fizemos.

Talvez haja aí uma negação do progresso e não vou nem falar do fim da modernidade. A consequência é que se torna atraente a ideia de investigar como fica um retrato feito com uma máquina de plástico dos anos 1960, ou, por que não? um “vidrão” de 1860, uma Petzval! Queremos ver como fica o bokeh de uma Verito com uma iluminação hollywoodiana.

Importante frisar que “parecer antiga” não é o objetivo, isso poderia ser feito com uma falsificação digital. O que a pessoa usando processos e equipamentos de outra época procura, é explorar as possibilidades intrínsecas daquele meio hoje, daquele objeto singularizado por ter sobrevivido em seu percurso individual, por ter tomado parte de uma história coletiva, que é a nossa própria história.

Pela minha observação, a atitude que mais empurra as pessoas para usar filmes, quando existe tecnologia digital, é um certo senso de pura teimosia. É uma negação do óbvio, sendo que o óbvio é o hoje. Não é uma exaltação do passado, mas mais um alerta de que o que está aí ainda não fez suas provas e é ainda olhado com suspeita. Se isso ressoa de alguma forma no seu estômago então você deveria definitivamente experimentar usar filmes.

Mecânica ou eletrônica ?


Chega de filosofia, falemos então sobre câmeras e filmes. Entre elas existem duas famílias muito distintas que você precisa levar em consideração. Existem as que são 100% mecânicas e as que tem o comando eletrônico. Se a máquina não usa bateria, é certeza então que ela funciona mecanicamente. Se ela não funcionar sem bateria ou se nessa condição oferecer uma única velocidade (em geral 1/60), então certamente ela é eletrônica. Algumas máquinas, como a Canon FT ao lado, usam bateria, mas esta serve apenas para o fotômetro, tanto obturador como iris são comandados por mecanismos e ela é na verdade uma máquina mecânica.

Bem, eu desaconselho fortemente você começar a usar filmes com qualquer máquina eletrônica. Por uma razão muito simples: cedo ou tarde elas irão parar de funcionar pois os circuitos se deterioram com o tempo e você não irá encontrar mais peças de reposição. Escapar do digital para cair em uma analógica eletrônica pode ser um grande mico. Uma máquina mecânica, de primeira linha, dura virtualmente para sempre se for bem cuidada. Alguns couros, plásticos ou borrachas podem ressecar, ela pode precisar de limpeza e ajustes, mas os processos de restauro ou conserto são artesanais, enquanto que ninguém irá fabricar um novo chip artesanalmente para uma Canon eletrônica, por exemplo.

Feita essa ressalva ainda sobra um mundo de possibilidades. A questão seguinte é a mais importante e irá determinar o fluxo de trabalho posterior. Qual será o formato do filme da sua câmera? Muita gente pensa automaticamente nas 35 mm, muita gente quase só conhece o 35 mm, mas acredito que essa possa ser uma escolha precipitada. Não iremos entrar aqui na longevidade e disponibilidade de filmes para as próximas décadas. Vamos supor que isso afete qualquer formato do mesmo modo. A quebra da demanda para empresas como Kodak, Fuji e Ilford foi terrível, mas o mercado está se adaptando e empresas menores no leste europeu ou na China estão oferecendo alternativas.

Qual será o formato de filme da sua câmera?

A tabela abaixo não pretende ser exaustiva. Vou me ater a filmes que possam ser facilmente encontrados para compra online ainda que internacional. O menor será o 135, embora existam ainda menores como os que utiliza a Minox. Mas como ela e outras sub-miniaturas ou miniaturas são muito específicas, não iremos considera-las neste artigo.

 35 mm

Tipo 135 – Sempre em cassetes. É possível comprar rolos de 30 m e rebobinar cassetes antigos ou comprar cassetes novos próprios para esse fim. Com 30 m você faz 20 filmes de 36 quadros. Acima está um rebobinador que guarda o filme em rolo e permite passar para os cassetes sem sala escura. O quadro normal é: 24 x 36 mm, algumas máquinas como a Olympus Pen fazem meio quadro, 24 x 18 mm, e isso dobra a número de fotos por filme. A não ser que você use filmes de grão fino (mais lentos), esteja preparado para ver grãos em fotos maiores que 10×15 cm. Conforme o assunto pode ser bonito mas pode também atrapalhar.

Revelação: Pode ser enviada para laboratório externo ou feita em casa com tanques que só precisam de escuridão total no momento de carregar o filme. Depois as químicas são colocadas e trocadas com luz normal. É um processo fácil de se aprender e não é caro. Abaixo você tem a espiral que recebe o filme e um tanque de aço inoxidável. Existem outros modelos em plástico que funcionam bem seguindo um princípio semelhante.

 médio formato

Tipo 120 – Apresentação em bobinas. Não há um cassete, o filme é enrolado apenas sobre si mesmo em um carretel tendo um papel à prova de luz enrolado junto. O formato é dado pela câmera com a condição da altura máxima ser 6 cm pois essa é a largura do filme. Formatos que você encontra com frequência nas câmeras são: 4,5 x 6 cm, 6 x 6 cm,  6 x 9 cm, com eles, respectivamente, você faz 16, 12 e 8 fotos por filme. A fotografia quadrada constitui um bom desafio de composição e foi muito explorada nos anos 40 a 60, graças à Rolleiflex, usando filme 120. 

Revelação: Também se faz em pequenos tanques com espirais. Como a largura do tanque/expiral é a mesma usada para o 135, o ideal é ter um tanque maior onde você possa processar os dois formatos, isto é, altura, pelo menos do 120. É sempre bom o tanque maior e que ultrapasse bem a altura das espirais dentro dele pois fica mais fácil produzir uma agitação uniforme. Mas dá também, com um pouco mais de atenção, para fazer com o tanque justo para a espiral.

grande formato 

Chapas –  Vendidos em caixas geralmente de 25 e 50 unidades. Precisam ser carregadas nos chassis em escuridão completa. Os tamanhos variam muito e não é tão difícil quanto possa parecer cortar o filme em um formato menor em escuridão completa se você tiver uma cortadeira. O sistema em polegadas é próximo, em tamanho real, mas não é o mesmo que o sistema métrico. Isso quer dizer que um filme 4 x 5″ não entrará em um chassis 9 x 12 cm. As câmeras, por outro lado, normalmente aceitam os dois chassis para 4 x 5″ ou 9 x 12 cm. Os tamanhos mais comuns são: 2¼ x 3¼”, 4 x 5″, 5 x 7″, 8 x 10 “, 12 x 16” e 6,5 x 9cm, 9×12 cm, 13 x 18 cm, 18 x 24 cm, 20 x 25 cm, 30 x 40 cm. Mas existem maiores e outros diferentes para câmeras stereo ou de paisagem.

Revelação: Pode ser feita em bandejas abertas ou tanques com o filme na vertical e inserido em film hangers em aço inox. Existem alguma soluções em plástico. O processo todo de revelação, até o último banho, deve ser feito em completa escuridão. Não é tão difícil quando possa parecer. Equipamentos para realiza-lo com luz são muito caros, não se fabricam mais e eram para larga produção.


Como você irá obter a cópia final?

Existem três métodos básicos para se obter uma imagem a partir de um negativo:  Contato ou Ampliação, que produzem cópias em papel ou outro suporte físico, e Scan que produz um arquivo de imagem, jpg por exemplo, para uso digital. Se você não tem familiaridade com esses processos dê uma olhada nos boxes abaixo clicando no +.

Contato


A cópia por contato é realizada como um sandwich que tem um vidro por cima, o papel fotográfico por baixo e o recheio é o negativo. Existem prensas próprias para isso. Essas ao lado são exemplos das antigas e que eu ainda uso. Mas é plenamente possível improvisar com espuma e uma placa de vidro comum. Normalmente se monta sob luz de segurança, aquela que não afeta e emulsão do papel, geralmente vermelha, e depois liga-se uma luz comum por um tempo controlado para fazer a exposição do papel. É claro que a cópia terá rigorosamente o mesmo tamanho do negativo.

Ampliação


Esse é o processo em que se projeta a imagem do negativo sobre o papel. O ampliador tem um porta negativos com os formatos padrão, do menor ao maior que ele suporta. Tem uma lente que deve ser de ótima qualidade para não desperdiçar o que você fez com sua câmera. Tem também uma coluna que é em geral um trilho vertical para ajustar o tamanho da ampliação. O foco se ajusta subindo ou descendo a lente. Ao lado está um Durst Laborator 1000 que faz até 4×5″. Para isso ele utiliza porta negativos e condensadores correspondentes e que estão sobre sua mesa e também um jogo de lentes de acordo com o formato.

Scan


Hoje existem scanners domésticos que podem fazer filmes. Basicamente eles apagam a luz de baixo e ligam uma luz na tampa que corre acompanhando o leitor que continua sendo o de baixo mesmo. É muito importante ter os porta-negativos adequados. Mas também é possível improvisar com cartão. O importante é que os negativos não fiquem grudados no vidro e nem com vidro grudado por cima pois aparece um efeito de interferência óptica (da mesma natureza dos padrões coloridos que aparecem em manchas de óleo escuro sobre a água) que estragam o scan. Este ao lado é um Epson 4870 Photo comprado em 2006 e que ainda funciona muito bem. 

Vejamos então como que fica a obtenção da imagem conforme o formato de negativo:

Filme 135:

Copiar por contato: Pensando agora no 135 mm eu diria que, a não ser que seja um projeto especial, copiar por contato não é uma opção. Você ficaria com fotos de 24 x 36 mm no máximo.

Ampliar: Essa seria a opção mais “normal” para esse formato. Envolve duas etapas: revelar o negativo e ampliar sobre papel fotográfico. Você pode tanto terceirizar tudo, como a maioria das pessoas no tempo em que só havia filmes fazia. Ou pode revelar e ampliar em casa, revelar em casa e ampliar fora ou revelar fora e ampliar em casa. A revelação envolve mais riscos pois lida com a matriz. Se perder, perdido ficará. Mas é um processo simples que pode começar em qualquer lugar que fique completamente escuro, para carregar o filme no tanque, e depois qualquer lugar que tenha agua corrente como um banheiro ou área de serviço. A ampliação exige mais recursos de espaço e equipamentos, mas não há riscos, você pode brincar, testar, refazer até ficar bom. Se você for partir para ampliar eu recomendo no início mandar revelar fora para garantir um padrão nos negativos, aperfeiçoar sua técnica de fotografar e ampliar e quando sentir vontade de começar a revelar os negativos também.

Scanear:  pode ser muito interessante se você quiser sair já nesse momento do mundo analógico e entrar no digital. Se você gosta de usar câmeras clássicas mas não quer mexer com químicas, nesse caso, você preservaria o uso de câmeras de filmes, suas lentes, sua história, sua aura, mas não precisaria ter nada de laboratório em casa, pois poderia fazer tanto a revelação como o scaneamento em um fornecedor especializado. Para imprimir, as impressoras domésticas provavelmente o desapontarão. Servem para provas mas certamente, para um trabalho mais permanente e de qualidade você terá que recorrer a um externo. É perfeitamente possível também revelar e escanear em casa. Existem scanners de filme 135 a preços muito acessíveis. Há ainda a possibilidade de se fotografar o negativo com uma boa câmera digital no modo macro e inverter negativo/positivo. Muita gente está fazendo isso antes de comprar um scanner.

Médio Formato:

Copiar por contato: Nesse caso o contato pode começar a interessar. Um laboratório para apenas revelar e fazer contato é relativamente simples de montar e de baixo custo. Os tamanhos das fotos serão ainda algo pequenos pois os negativos não são lá muito grandes. Mas uma cópia por contato dá uma nitidez muito surpreendente, em especial se a lente da máquina e o assunto mostrar detalhes. No passado vendiam-se muitos pequenos cartões postais com esses tamanhos. Esta seria uma opção de pouco engajamento para você testar se irá gostar de laboratório. Mas em qualquer caso eu recomendaria no início mandar os filmes para revelar fora para que você se habitue com um padrão. Dessa forma você mexe com uma variável por vez. Se negativo estiver ruim, repense seu fotografar, se a cópia estiver ruim, repense o seu copiar.

Ampliar: Valem as mesmas considerações que sobre o 135. Adicione que um ampliador capaz de fazer formato médio pode custar mais caro e demandar mais espaço. Mas é um bom investimento e existem muitos ampliadores ociosos por aí que você pode conseguir por uma barganha ou mesmo de graça. Ainda  que você vá começar com 135 mm, não recuse um ampliador de formato médio pois mais tarde, se quiser experimentar filme 120, não terá que trocar de ampliador. Quanto à qualidade de uma ampliação de médio formato, comparada com 135, a diferença é enorme. Um negativo de 6 x 9 cm tem 6,25 vezes mais área que um de 24 x 36 mm. Para todas as superfícies mais largas, sem ou com pouca textura, como pele, paredes, carros, etc, costumam ficar muito melhores em ampliações feitas a partir de negativos maiores.

Scanear: Também pode ser interessante caso você queira sair do processo analógico nessa etapa. Sobre a questão de faze-lo domesticamente ou enviar para um terceiro especializado, é bom levar em conta que os preços para scan de filmes de médio formato são em geral bem maiores que 135. Acredito que os laboratórios assumem que seja para um uso mais profissional e por isso cobram mais. Dependendo do volume, pode ser interessante comprar um scanner que faça filmes. Existem opções, na Epson, por exemplo, a preços bem acessíveis. Além do equipamento se pagar rapidamente, você ganha maior controle sobre o resultado final. Veja bem se as especificações lhe dão suficiente autonomia para o tamanho final das fotos que pretende imprimir e isso lhe dará subsídios para decidir sobre vantagens ou não de fazer os scans em casa.

Grande Formato:

Copiar por contato: Essa é uma opção muito interessante nesse caso e talvez pouco considerada, em geral. A partir de um negativo 9 x 12 e maiores, uma cópia por contato é muito bonita e possui qualidades de imagem que são limitadas apenas pela qualidade do negativo em si. Comparada com a ampliação, o contato tem a vantagem de eliminar uma óptica, a da lente do ampliador, então o resultado final fica na sua melhor forma. Existem filmes 13 x 18 cm, 18 x 24 cm, e nesses casos o resultado será certamente ainda melhor. Acima disso entram outros complicadores que talvez desaconselhem essas opções. Um laboratório para apenas revelar e copiar por contato é muito simples e pode ser facilmente implementado. A revelação pode ser feita em casa ou apenas o contato. Mas o preço de revelar negativos de grande formato, comparado com um processo doméstico, provavelmente fará você preferir gastar mais filmes e aprender a revelar.
Um ponto muito interessante sobre cópias por contato em grande formato é a possibilidade de se realizar processos como Platinotipia, Vandyke Brown, Cianotipia, Goma Bicromatada e outros que precisam de luz ultra-violeta. Você mesmo sensibiliza o papel e o imprime com uma mesa de luz UV ou com luz do sol que é grátis.

Ampliar: Até 4×5″ um ampliador ainda tem umas dimensões mais humanas. Fica em cima de uma mesa e tem uma altura geralmente entre 120 e 140 cm. Já um 13 x 18 cm quase que certamente será um modelo de chão, pesado e mais difícil de achar e equipar. Se você tiver espaço e a sorte de encontrar um já com todos acessórios, não deixe passar a oportunidade. Vale aqui a teoria de que quem faz o grande faz o pequeno, mas, é preciso ter os acessórios corretos, adaptadores e condensadores, para se fazer um negativo 35 mm em um ampliador 13 x 18 cm. A ampliação de um negativo 4 x 5″ em dimensões para se ver nas mãos produz resultados surpreendentes de bons. Você não vê nada de grão do filme e as gradações de cinza são perfeitas se o negativo foi bem produzido. É sem dúvida uma excelente opção mas um laboratório para 4 x 5″ já implica em um investimento maior de espaço e de dinheiro.

Scanear: Valem as mesmas considerações que para o médio formato. Os scanners de mesa não fazem muita diferença e se têm médio formato como opção é quase que certo que farão também um negativo 4 x 5″. Mas os preços dos serviços de scan para negativos grande formato são muito altos. Irá provavelmente valer a pena comprar um scanner. Uma vantagem para essa opção, de escanear negativos de grande formato, é que, assim como na ampliação, também os arquivos gerados a partir de negativos grandes oferecem uma qualidade surpreendente. É difícil comparar, mas um negativo 4 x 5″ tem uma quantidade de “informações” que uma máquina digital que alcance algo equivalente, nos dias de publicação deste post, teria que ser uma Hasselblad ou Linhof com um back  digital e essas custam muito dinheiro. Sob esse aspecto, imprimir digitalmente uma imagem em tamanho muito grande, tendo um metro ou mais em alguma dimensão, faz com que o negativo escaneado seja até uma opção econômica e muito interessante para volumes menores.

Escolheu o formato? Escolha agora a câmera.

Vejamos finalmente que opções existem se consideramos os três formatos. Lembrando que são sempre equipamentos usados que podem ser comprados em feiras de antiguidades, feiras especializadas, sites de leilão, leilões especializados, lojas especializadas ou ainda encontradas no fundo do armário da família ou do amigo. Aqui também não é possível nem sonhar em ser exaustivo. Tocarei apenas nos casos mais clássicos e tipos que foram de maior sucesso na longa história das câmeras de filme.

Câmeras para filmes 135

Como foi dito logo acima, vamos fugir de máquinas eletrônicas, a não ser que você já tenha uma e que funcione. Nesse caso, é claro que é melhor usa-la, pelo menos de início, e trocar apenas quando ela quebrar. Se você for para a opção de pedir a alguém que não esteja usando, essas são as câmeras mais fáceis de encontrar pois foram vendidas aos milhares nas décadas de 70, 80 e 90. Muitas são do tipo mono-reflex e oferecem ampla gama de recursos. Essas, em geral, tem um visual na linha da Olympus IS10 ao lado, com formas curvas, aspecto monobloco, não muito longe do que temos hoje em dia, e um visor de LCD ou leds onde se lê os ajustes da câmera.

Canon FT

Nikon F2

Olympus OM1n

Retrocedendo um pouco no tempo temos, por exemplo, as monoreflex mecânicas japonesas. Alguns exemplos ao lado. Essas câmeras oferecem um bom controle dos parâmetros principais de uma fotografia: tempo, abertura e foco. Algumas tem um pouco de automação e outras são totalmente manuais. Uma vantagem é que essas câmeras eram parte de um “sistema”, e existem muitas lentes indo de super-grande-angulares até tele-objetivas muito longas e uma série de outros acessórios. Se você tem uma monoreflex digital, saiba que ela provavelmente aceita, diretamente ou com um anel adaptador, objetivas manuais antigas. Eu, por exemplo, tenho uma Canon Rebel e um ótimo jogo de objetivas Zuiko-Olympus do sistema OM. Com um anel adaptador posso usar todas essas objetivas na Canon e isso é muito interessante. Pode ser um ponto a considerar quando estiver procurando uma câmera antiga.

Essas máquinas são muito versáteis e se adaptam a várias situações. Mas justamente por essa flexibilidade elas tendem a roubar um pouco a atenção do fotógrafo que fica muito preocupado com ajustes. O segredo é praticar até que o gesto fique instintivo e natural. Mas considere que isso dá trabalho e pode levar algum tempo até você se sentir plenamente à vontade com essas câmeras.

Bessamatic – Voigtländer

Contaflex Super BC – Zeiss Ikon

Retina Reflex – Kodak

Retrocedendo mais ainda temos as primeiras monoreflex e nessa categoria encontramos a Contaflex, Bessamatic e Retina Reflex, entre outras. São lindas câmeras e suas ópticas não decepcionam. Aqui já entramos no aspecto de que tecnicamente falando uma objetiva da década de 70, calculada por computador, logicamente deve ter uma performance melhor. Mas quando você segura uma Contaflex, de repente, a lógica já não vale tanto assim e você vai querer adorar tudo o que ela faz. Como a óptica dessas lentes é também, de fato e tecnicamente, muito boa, você acaba completamente seduzido por elas. Para quem chegou a se acostumar com máquinas mais recentes, essa geração mostrará a cara da sua idade: o espelho não volta depois do disparo e o visor fica cego até você girar o filme. O visor mostra uma parte um pouco menor do que a cena sendo registrada. O foco pela imagem do visor estava ainda para ser melhorado com despolidos mais finos. O peso dessas máquinas pode ser também um inconveniente para alguns fotógrafos. Enfim, experimente e manipule, é mais difícil que com as mono-reflex mais recentes, mas provavelmente você irá querer se acostumar a tudo isso.

Leica IIIf - Leica Wetzlar

Leica IIIf – Leica Wetzlar

Contax IIIa – Zeiss Ikon

Prominent

Prominent – Voigtlander

Kiev4A

Kiev 4AM

Outra família dentro das 35 mm são as máquinas de visor. Nesses casos a objetiva é usada apenas para a tomada da foto mas o enquadramento é feito por uma óptica separada, o visor, que fica em algum lugar acima da lente no painel frontal da câmera. Entre essas existem as com ou sem telemetria – um sistema de ajuste de foco. As com telemetria apresentam uma segunda “janela”, ou segunda e terceira, no painel frontal. As que têm apenas uma janela extra elas “misturam” o centro da imagem que se vê no visor com uma outra captada pela janela extra. Você aponta para algum objeto, e vê duas imagens, gira o anel do foco e verá que em uma certa posição as duas imagens coincidem. Nessa posição, esse objeto, estará no foco.  As que têm duas janelas a mais, como a Leica ao lado, não permitem focar pelo visor. Elas usam um telêmetro independente e você precisa focar em uma janelinha (mesmo modo descrito) e depois enquadrar no visor. Nos dois casos, são câmeras em que você controla o foco não por nitidez mas por coincidência de duas imagens. Nas máquinas sem telemetria você tem que ajustar o foco girando um anel com uma escala de distâncias. Não é tão difícil como parece. Uma vantagem das máquinas de visor é que o quadro é bem luminoso pois você olha a cena diretamente, elas não usam espelho, despolido e prisma como as mono-reflex. Isso pode fazer muita diferença em fotos noturnas. Em geral quem usa mono-reflex acha horrível a telemetria e quem usa telemetria acha horrível a mono-reflex. O ponto novamente é que é preciso treinar até que qualquer sistema lhe pareça natural.

Entre as câmeras com telemetria temos a hiper clássica Leica, utilizada e amada por Cartier Bresson, por exemplo, temos a Contax da Zeiss Ikon que também trouxe muitas inovações e é uma excelente câmera. Há sem dúvida uma atratividade histórica enorme nesses modelos e a qualidade óptica e de funcionamento é muito alta mesmo para os padrões de hoje.

CanonetQL17

Canonet QL 17 – Canon

VitoBProximeter

Vito B – Voigtlander, com telêmetro externo

Werra

Werra – Zeiss Ikon

Mas existe também a categoria das máquinas mais populares e que entregam uma performance muito boa.  É o caso das Canonet, muito comuns, da muito charmosa e bem mais antiga Vito B da Voigtlander, da futurista Werra da Zeiss Ikon e muitas, muitas outras da Yashica, Agfa e ainda a meio quadro Olympus Pen, que vendeu 17 milhões de unidades ao longo de sua história.

Um ponto a se considerar é que as câmeras de visor, com ou sem telêmetro, perdem muito para as mono-reflex em situações de close-up ou mesmo retrato enquadrando apenas um rosto. É mais difícil fotografar de muito perto quando o que você vê no visor não é o que a objetiva está vendo. Essas câmeras, geral, nem focam a menos de 90 cm. São talvez até melhores para fotos de grupo ou corpo inteiro, mas para retratos com muita aproximação ficam mais complicadas. Algumas, como a Leica e Contax, possuem lentes intercambiáveis, visores extras com correção de paralax, e isso pode ajudar muito se você colocar uma 90 ou 135 mm que oferecem ainda uma perspectiva melhor para retratos.

Entre essas três famílias você deverá encontrar sua opção em 35 mm. As do tipo monoreflex são as mais versáteis, mas elas implicam, como foi dito mais acima, em um compromisso maior com ajustes e aspectos técnicos. Quem usa uma monoreflex está com a cabeça em tempo, abertura, profundidade de campo, escala tonal e coisas assim. Elas puxam o fotógrafo a pensar mais nas qualidades da imagem como intrínsecas ao assunto fotografado. As de telemetria, como as Leicas, acredito que tragam um pouco menos dessa preocupação. É bom e não é, para muitos ela é a grande diversão de fotografar. Já as câmeras de visor incitam o usuário e se concentrar mais no momento, no registro de uma ação, um evento, e ele não se importará tanto com precisão de foco e exposição desde que se reconheça bem o que se tinha diante da câmera. Ele hesitará menos em usar um flash e aquele clarão sobre as pessoas agirá para ele como a prova de que ele as surpreendeu. São máquinas que pedem mas espontaneidade e são talvez por isso mesmo mais divertidas.

A reação das pessoas diante do equipamento, e o seu relacionamento com sua câmera, são coisas que saem na foto. Se você se mostra preocupado a pessoa tende a sair preocupada também. Uma câmera muito sofisticada aumenta a ansiedade de seus modelos. Já uma câmera de visor, talvez por sua aparência mais ingênua, tende a levantar menos suspeitas de que a coisa é séria. Se você for mais pela espontaneidade eu iria para uma máquina de visor. Se controle e flexibilidade são importantes talvez uma mono-reflex.


Médio Formato

rolleiflex35e03

Rolleiflex 3.5F – Franke & Heidecke

mamyia_c33001

Mamiya C330 Professional – Mamiya

SuperIkontaBUncoated

Super Ikonta B 532/16 – Zeiss Ikon

BessaII

Bessa II – Voigtlander

PentaconSixTL

Pentacon Six TL

BoxTengor

Box Tengor 56/2 – Zeiss Ikon

Brownie2RedBlueBlack

Kodak Brownie nº 2

A clássica das clássicas nessa categoria são as Rolleiflexes. Desde o final da década de 1920 existem Rolleis, mas você dificilmente encontrará uma dessas pois provavelmente estão todas em coleções e, para uso, talvez seja mesmo melhor alguma da década de 50. Elas fazem negativos 6 x 6 cm de excelente qualidade. Não é fácil enquadrar e focar com essas câmeras. O visor não é muito brilhante e pode ter interferência da luz externa. Se você não tiver paciência e dedicação para se acostumar pode ser um pouco frustrante. Mas ela é muito versátil, vencida essa barreira inicial, tanto que foi muito usada por foto-jornalistas e fotógrafos de casamento. Mas para instantâneos e fotos de ação eu aconselharia não ir para a Rolleiflex. Melhor com certeza para trabalho de estúdio e com tripé. A objetiva de 80 mm e o quadro 6 x 6 são muito bons para fazer retratos de meio corpo ou corpo inteiro. Já fica um pouco exagerado para fazer apenas rosto. Nesse sentido a Mamiya 330 oferece objetivas intercambiáveis e uma bela 135 mm que já se adapta perfeitamente para retratos mais fechados. Existe uma Rolleiflex com objetiva 135 mm mas é muito difícil de ser encontrada.

Minha opção favorita em médio formato vai para as folding cameras, ou câmeras de de dobradura no português. São leves, ficam pequenas e fáceis de carregar. Em geral aceitam filmes em rolo 120 mas algumas aceitam também chapas, como a Pacemaker 23 Crown Graphic ou a Patent Etui. Mas as que são fáceis mesmo de encontrar e apresentam uma confiabilidade de funcionamento e resultados são as Ikontas. Entre elas, as Super Ikonta têm telêmetro e as Ikonta não. Existem nos formatos 4,5 x 6, 6 x 6 e, a mais desejável, a 6 x 9 cm. Com essas câmeras é possível se fazer um negativo médio com uma rapidez de uso e espontaneidade típica das máquinas 35 mm de visor. Não se assuste com o foco ajustado pela escala de distâncias, não é necessária uma precisão absoluta para se fazer boas fotos. Você pode fechar a iris, puxar o filme e ganhar assim uma boa profundidade de campo e concentrar-se apenas no enquadramento e momento certo.

Existem monoreflex em médio formato. Hasselblads e Mamiyas 645 eram as câmeras profissionais dos anos 70 aos 90. Especialmente em fotografia de moda, acredito que tinham uma participação de mercado enorme. São boas opções, desde que equipadas com visor prismático, para quem gosta do sistema monoreflex. Uma outra possibilidade, muito mais vintage, é partir para uma Pentacon, fabricada na Ucrânia. Ela faz negativos 6 x 6, tem bom conjunto de acessórios, lentes intercambiáveis e , entre elas, uma Sonnar de 180 mm que é muito interessante para retratos.

Finalmente, se você gosta da ideia de negativos 6 x 9 cm existem câmeras chamadas box cameras, no inglês, que são fáceis de encontrar, custam em geral muito pouco e podem ser muito divertidas dependendo do tipo de fotografia que você pensa em fazer. As lentes são apenas meniscos ou quando muito dubletos acromáticos, isto quer dizer apenas um vidro no primeiro caso e dois vidros colados no segundo. Elas pedem cenas externas pois a abertura máxima gira em torno de f9 para as de dubletos e f16 para as de meniscos. Mas alguma coisa interna pode ser feita com um tripé. Acho interessantes a Holga, Lomografia e tudo o mais. Mas há uma grande dose de marketing nessas câmeras e a primeira vez que vi o conceito me perguntei por que essas pessoas que se interessam por fotos de médio formato com lentes simples não procuram uma box camera? A Box Tengor da Zeiss Ikon tem até sincronismo para flash, rosca para tripé, prevenção para exposição dupla e é uma robusta câmera metálica na qual você pode confiar para o resto de sua vida. As fotos são nítidas? bem, não muito, mas podem ser fantasmagóricas, evanescentes, idílicas e essas são possibilidades tão interessantes quando a nitidez.


Grande Formato

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Technika V – Linhof – 4×5″/ 9×12 cm

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Crown Graphic 45 – Graflex

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Câmera de colódio – fabricante desconhecido – 13 x 18 cm

Ica

Excelcior – ICA – 13×18 cm

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Royal Ruby – Thorton Pickard – 18×24 cm

Essa é a categoria que considero injustamente pouco avaliada por quem pensa em fotografia analógica. Talvez pareça muito complicado e/ou muito caro. Pode ser, se você for para uma Linhof Technika. Mas pode ser muito simples e acessível se você for para uma câmera de madeira genérica, sem marca. Especialmente se você “construir” a sua câmera. É claro que isso depende muito de que tipo de fotografia você pretende fazer. Mas se for algo de estúdio a opção pelo grande formato pode se tornar muito atraente. Deixe as fotos instantâneas, de viagens, de eventos, para sua reflex digital e entre no ritual da foto de tripé com uma câmera de grande formato.

9 x 12 cm é bom, 13 x 18 é melhor e 18 x 24 cm é o céu. A opção aqui será a cópia por contato. Deixe as impressões grandes para o digital que você pode bem fazer a partir de negativos escaneados. Existem opções hiper clássicas como as Linhof ou Graflex. Se você for ficar em 4 x 5 essas são câmeras que lhe darão maior flexibilidade e ainda possuem uma boa gama de acessórios, em especial a Technika. Existe Linhof Technika 13 x 18 mas é difícil de se encontrar e uma em estado de utilização com chassis, vidro despolido e fole bem vedado, custa muito caro. Para um iniciante eu iria mesmo para as view camera de madeira. Existem as field cameras ou view camera, contemporâneas, como Canhan, Deardorf, Wisner, Gandolfi e existem as antigas como Thornton Picard, Ica, Nettel, Dubroni e muitas outras. Era um mercado mais local em que cada país tinha os seus fabricantes e existe ainda um número enorme de câmeras de madeira sem marca. Por fim, existem as “faça você mesmo”, uma opção muito interessante que você pode construir de acordo com lentes e formatos que tem e deseja. Essa é uma possibilidade que se torna quase que uma necessidade se você pretende fazer colódio, um processo que usa placas de vidro ainda molhadas da emulsão.

Quanto ao tamanho do filme, a limitação ficará por conta das lentes, provavelmente. Uma 18 x 24 cm já pede uma lente de pelo menos 300 mm. Uma lente dessas com abertura f4 ou f6.7, f7, mas não menos que isso, já é um vidro considerável e o preço vai subindo exponencialmente. Para um negativo 20 x 25 você já precisa de uma lente 32o mm. Se quiser fazer retratos mais fechados irá precisar de uma 400/450 mm e aí tudo começa a ficar muito pesado em todos os sentidos.

O que uma view camera precisa ter para ser funcional é:

  1. vidro despolido – fácil de fazer se estiver faltando ou quebrado
  2. chassis para colocar o filme – difícil de improvisar, prefira ter os originais. Mas para placas de vidro é mais fácil.
  3. vedação à luz – em geral fácil de contornar
  4. lente instalada – compatível com a câmera e tamanho do filme
  5. meios para controlar o tempo de exposição – dependendo da faixa que irá usar talvez precise de um obturador.

Com uma view camera abre-se um sem número de possibilidades com lentes antigas que vão do “não valem nada” ao “impagável”, mas que oferecem sempre a possibilidade de gerar imagens com seu interesse e personalidade.  Outro mundo que se abre é o dos processos alternativos como cyanotype, collodium ou wet plate, vandyke brown, salted paper, gum-dichromate e muitos outros. Alguns desses processos precisam ser feitos por contato pois precisam de uma intensidade de luz que os ampliadores não fornecem. Eles oferecem também a possibilidade de se imprimir sobre papéis de aquarela de várias texturas, sobre madeira, tecido, porcelana, vidro e o que mais você quiser experimentar.

Conclusão

Como o objetivo desse post era mais o de abrir possibilidades para o uso de filmes em fotografia nos dias atuais, sem cobrir todas as possibilidades pois isso seria impossível, eu espero que ele tenha fornecido uma visão geral da relação entre o momento em que se pressiona o disparador e o que pode vir a seguir até se chegar à imagem final. Isso pesa na escolha do equipamento fotográfico, no tipo de câmera e no formato do filme. Se você ficou ainda em dúvida sobre como ingressar no mundo da fotografia analógica, não se preocupe, provavelmente você irá se tornar um colecionador ou colecionadora de câmeras antigas.

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